O
Ministério Público Estadual realizou interceptações telefônicas, durante as
investigações que culminaram na Operação Dama de Espadas, que revelaram
indícios de que o ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ricardo
Motta (pai do Deputado Federal e pré-candidato à Prefeito de Natal Rafael
Motta), ajudou os acusados de desviar cerca de R$ 5,5 milhões dos cofres da
instituição “a montar uma linha de defesa unificada” para responder às
intimações nos depoimentos que estavam sendo tomados e “dificultar” o andamento
das apurações sobre o uso de cheques-salário no esquema de desvios.
Parte
da orientação para a defesa, segundo o MPRN, foi do principal consultor
jurídico da Presidência do Legislativo, o jurista Paulo de Tarso Fernandes. O
objetivo, ainda de acordo com o MPRN, era “criar estratégia coesa para intervir
no afã de combater a atividade investigativa”.
Conforme
descrito pelos promotores, Paulo de Tarso participou de uma reunião na própria
Assembleia Legislativa, na qual estavam Rita das Mercês, Marlúcia Maciel e
Rodrigo Marinho (todos servidores da AL); e também Oswaldo Ananias, gerente da
agência do banco Santander. Os quatro
últimos são acusados de participação no esquema que usava cheques-salário para
desvio de erário público. No final dessa reunião, em 20 de agosto de 2014, se
dá o diálogo entre a procuradora Rita das Mercês e o então presidente da
Assembleia, gravado na escuta telefônica. Motta é informado sobre como foi a
reunião com Paulo de Tarso e reclama que “tudo é bronca”, mas também se mostra
confiante em uma saída é que tudo vai ficar “tranquilo”, termo usado.
Procurado
para comentar o teor dessa conversa telefônica, o deputado estadual Ricardo
Motta demonstrou surpresa quando informado do fato. “O Dr. Paulo de Tarso é
consultor da Assembleia há muito tempo. Mas olhe, não me leve a mal. Mas eu não
vou dar entrevista, não. Tá certo?”, e desligou o telefone. Paulo de Tarso foi
procurado insistentemente, mas não atendeu ou retornou as tentativas de contato
telefônico.
Adaptado
TN Online.
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